27 de fevereiro de 2010

Humberto Espíndola - Ícone da Arte Contemporânea em Mato Grosso do Sul


Aprecio as obras de arte em minha casa e há uma especial, de família - Os Bois, de Humberto Espíndola. Certa ocasião fui visitá-lo em sua casa-ateliê, um santuário das artes. Fantástico estar naquele lugar, na companhia desse que é um dos principais artistas plásticos do Centro-Oeste. Seu nome está grafado na história da cultura brasileira.
Embora sejamos de gerações diferentes, nossos pais sempre foram muito amigos.
Eu lhe disse:- Humberto, eu sou a Carminha, filha do Victor e da Flória. E ele disse: - Claro que sei!! Meus padrinhos de casamento!!
E então conversamos a tarde inteira e eu pude, extasiada, contemplar suas obras.
Humberto Espíndola, pintor autodidata, estreou nacionalmente no IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, em 1967, em Brasília.
Formou-se em jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná, em 1965 e no ano seguinte, organizou a Primeira Exposição dos Artistas Mato-Grossenses, em Campo Grande, onde fundou, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte.
Seu talento o levou à Itália onde em 1972 participou da XXXVI Bienal de Veneza.
Cria, em 1973, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, dirigindo-o até 1982. O Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso,recebe em 1974, mural executado pelo artista. Em 1977, recebe o prêmio melhor do ano em pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. Em Campo Grande, é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, em 1983, e realiza o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado na praça Cuiabá, em 1996. Apresenta mostra retrospectiva, em 2000, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba, e, em 2002, no Museu de Arte Contemporânea, em Campo Grande, e no Museu de Arte e de Cultura Popular, em Cuiabá.( fonte Itaú Cultural).
Sua arte é focada em temas regionais, obras inspiradas na bovinocultura - temática que ele mesmo desenvolveu e que traduz a importância do boi para a população sul-mato-grossense. Animal-símbolo que retrata o cenário político, econômico e social do povo do cerrado.
Eu começo a apresentar-lhes os artistas sul-mato-grossenses a partir dessa pessoa singular que é Humberto Espíndola, cuja obra questiona, argumenta e nos remete a infindáveis interpretações.




           Eu e minha tela deste grande artista!
                                                 Humberto Espíndola e Carmen Eugenio

Conheça mais sobre o artista em seu site oficial     http://www.humbertoespindola.com.br/001-index_frameset.htm

25 de fevereiro de 2010

Arte-Educação ... Um Querer Bem

Minha abordagem sobre esse tema será sob a perspectiva histórica, teórica e experimental.
Sinto necessidade de partilhar algumas observações constatadas no cotidiano do exercício da profissão. Boa parte das minhas manhãs laborais têm sido dedicadas a esse fim.
O estudo das Artes tem sido obrigatório no ensino fundamental e ensino médio no Brasil desde 1971 a partir de um acordo oficial MEC-USAID (EUA), que reformulou a Educação Brasileira, estabelecendo os objetivos e o currículo configurado na Lei Federal nº 5692 denominada "Diretrizes e Bases da Educação", uma criação ideológica de educadores norte-americanos.
Antes que eu inicie minhas incursões nesta seara, faz-se mister mencionar a pioneira em arte-educação no Brasil, Ana Mae Barbosa, principal referência no país para o ensino da Arte nas escolas, tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arte-educação, defendido em 1977, na Universidade de Boston e a primeira pesquisadora a se preocupar com a sistematização do ensino de Arte em museus, durante sua gestão como diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo MAC/USP
É autora de diversos livros e artigos fundamentais para o estudo nesta área e em 1987 desenvolveu o primeiro programa educativo em Arte-educação no Brasil, baseado em sua "proposta triangular" para edificar conhecimentos em Arte:
• Contextualização histórica;
• Fazer artístico;
• Apreciação artística.
No universo chamado escola pública, o principal desafio é dirimir impedimentos que atravancam e retardam o avanço da arte-educação, para aproximar a arte dessa realidade social.
Nesse cenário, para mim um laboratório experimental, elencarei óbices do cotidiano.
Uma equação, um desafio, um processo de estreitamento e comunhão de mundos ainda desiguais mas com uma promessa de êxito enquanto acreditar-se na arte como uma linguagem universal.
Eu e minhas alunas: Izabella do 2°ano e Kiohara de Teatro

21 de fevereiro de 2010

RESILIÊNCIA...JÁ OUVIR FALAR?

Eu estava na sala de espera da médica, pensando na falta de tempo, correria, contas para pagar, ligações para fazer, lista de supermercado, assuntos ligados ao trabalho...tantas coisas para resolver e tanto tempo perdido naquele lugar.
Resolvi prestar atenção nas outras pessoas que estavam ali. Havia duas senhoras. Uma delas disse estar preocupada com seu filho, que havia deixado na escola, com um princípio de virose.
Eu disse: fique tranqüila, ele ficará bem. Ela me respondeu: meu filho tem síndrome de down e é bipolar. Quando está meio resfriado fica muito agressivo.
E então ela me contou sua vida, a partir do nascimento do seu filho, há 12 anos. Quatro anos depois, quando nasceu sua filha, seu marido a abandonou. Ela disse-me que nas reuniões escolares, constatou que a maioria das mães de crianças especiais foram abandonadas pelos maridos. E que esses maridos, acabam esquecendo-se dos filhos também. ( Mas deveriam ser ex –maridos e não ex-pais, não é?... ).
Contou-me que o caso do seu filho é severo, impossível de, por exemplo, colocá-lo em uma escola com grau de aprendizagem normal, hoje chamado de ‘Inclusão Social’.
Além de precisar atender as necessidades prementes de seu filho, ainda precisou encaminhar sua filha menor para acompanhamento terapêutico, pois a mesma iniciou um processo de infantilização e retrocesso cognitivo devido aos excessos de cobranças.
E essa mãe, estava ali, na minha frente, esperando sua vez para verificar como estava sua própria saúde.
Segundo ROGERS (1983) quando somos ouvidos de modo empático e à medida em que somos aceitos e considerados, tendemos a desenvolver maior consideração em relação a nós mesmos, permitindo desta forma, que sejamos propiciadores mais eficientes de nosso próprio crescimento. Daí a importância de sabermos ouvir também! De alguma forma, naquela tarde chuvosa, ela precisava falar, aliviar seu coração e sua alma, e eu estava lá para ouvir aquele testemunho de Resiliência.
Resiliência é essa capacidade de vencer as dificuldades, os obstáculos, por mais fortes e traumáticos que sejam. Resiliência é a capacidade que temos de descobrir uma fortaleza dentro de nós mesmos.
É curioso como no decorrer de nossas vidas, somos obrigados a lidar com perdas irreparáveis que, aparentemente, nos desintegram emocional e psicologicamente. Sentimo-nos ‘sem chão’, num abismo. (Foi assim que me senti, quando perdi minha mãe há 12 anos... Pensei que fosse o meu ocaso também. Precisei reorgarnizar-me, flexibilizar minha existência, descobrir novas formas de entender a vida.)
Saí do consultório, acreditando que, verdadeiramente, meus problemas são praticamente inexistentes perto dos problemas daquela senhora e eu só tenho uma coisa a fazer: agradecer a Deus pelos milagres que cercam minha vida.

13 de fevereiro de 2010

Ficar 'Zen' !

Zen é a “consciência do cotidiano” segundo Baso Matsu, um dos mestres budistas mais famosos de todos os tempos. A diferença entre Zen e outras doutrinas religiosas, filosóficas ou místicas é que, sem sair do cotidiano, procuramos nos manter além das banalidades e perturbações do dia-a-dia.
Ao se desenvolver espiritualmente, o homem torna-se um artista de seu próprio destino e o universo transforma-se em uma grande plataforma onde ele desenvolve sua obra, que passa a chamar de sua história.
Sendo assim, nada melhor que buscarmos um equilíbrio interior para mergulharmos com uma energia toda especial, nessa odisséia chamada VIDA.
Tenho absoluta convicção, de que é muito mais viável buscarmos a nossa paz interior, centrarmo-nos em sentimentos sublimes, do que partirmos em uma busca insana para consertarmos as mazelas do mundo.
Prefiro ver o ser humano, não como imperfeito, mas como Perfeição em Evolução. Há dias ruins, é verdade, em que me sinto 'Zen Graça'...
Existem culturas milenares que carregam um legado de conhecimento e crescimento espiritual. Aprendamos com elas!
Apesar de não ser budista, admiro suas práticas em busca do equilíbrio a partir do não-pensamento. Se é para termos pensamentos negativos, melhor não tê-los. Aprendamos a desenvolver somente pensamentos Positivos.
Respeito todas as manifestações religiosas, desde que busquem o Bem, o amor ao Próximo e a si mesmo e respeitem a integridade física e moral das pessoas.
Mas continuarei querendo estar Zen !!!