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26 de novembro de 2020

ACOLHIDA


Estive a léguas de um canto seguro,

Andando com vestes coloridas,

Insisti, roguei aos santos e juro,

Cheguei a tempo de ver janelas floridas.

 

Seria desnecessária qualquer providência

Sem a benção de fé revestida.

Aprendi que é de praxe a reverência

Que cada um deve ter pela vida.

 

Não desisti na primeira queda,

Nem abusei da mão estendida,

Valor maior que qualquer moeda

É louvar amizade e acolhida.

 

Visitando segredos pelo tempo,

Escritos em versos pela cidade,

Sendeiro testemunha alento,

Transforma o ciclo em festejo de verdade.

 






 

 

 

 

 

15 de agosto de 2020

MALABARISTA

Eleva teu olhar

Que o instante passa,

Esquece o tempo

E urgências rasas

Vê os malabares que encantam as esquinas.

 

A cidade talvez não perceba,

O espetáculo, a beleza, a destreza

Que invadem, resolutos,

Nossos frágeis palcos urbanos.

 

O arremesso preciso

Do artista com seu sorriso,

Oculta dor

e drama invisível

Que permeia a paisagem

De cenário contundente.

 

Arte de querer latente

Num pulsar transitivo

e despertar contrito.

 


 

 

 

5 de julho de 2017

Travessia e Despedida




 

A travessia às vezes é demorada.

Você vai se despedindo, 

relutante em aceitar o fim.

Esse desprendimento acontece aos poucos.

O desejo se despede.

Não se tem mais o abraço.

E as conversas dão lugar ao silêncio.

A distância vai aumentando.

A proximidade diminuindo.

Os mundos tornam-se desconhecidos.

A indiferença se instala.

 

Até o dia em que os laços tornam-se fios quase transparentes.

E as pessoas permanecem sem mais estar.

E então, chega a hora de partir e

agradecer por ter vivido a experiência de compartilhar.


4 de julho de 2017

Eu mesma


Convivo com o pouco explicado,
Enxergo meu reflexo,
Esqueço mal-entendidos.
Coexisto com o sem-nexo.
 
Gosto de olhar para o mar.
Conheço estradas e solidão.
Tenho uma bicicleta, muitos livros.
Saudades de algumas coisas, outras não.
 
Perfume. Veneno. Doce. Devaneios.
São tantas voltas por mim mesma,
que, quando paro, acho graça,
até da pedra que encontrou vidraça.


 

 

 

10 de agosto de 2011

Eu Não Complico As Coisas



Me acho uma pessoa bem simples de alma.
Coisa de essência mesmo...
Costumo dizer isso a quem me conhece...
gosto do ar puro, da natureza, das pessoas, valorizo sentimentos....
Eu gosto de ler pessoas
Sem qualquer empáfia de querer decifrá-las
Mas , talvez, bebê-las na fonte...
Eu tenho dificuldades com questionamentos sem fim...
Por que tantas perguntas?
Tantos detalhes
Considero desnecessários...
Mas , respeito as diferenças
E posso me apresentar melhor:
Eu gosto de ouvir música
eu tenho um violão,
de ir ao cinema
de andar na praia...
E colocar os pés no rio que corre.
Viajar, é algo mágico para mim.
Eu gosto de caminhar no parque
E andar de bicicleta...
Amo incondicional e profundamente meus filhos
Quero merecer a dádiva de receber o seu respeito
Vê-los crescer e ajudá-los a descobrir caminhos...
Acho fascinante o nascer do sol
E os sabores dos encontros
Preciso de sorrisos.
E olhares, que perfumam a trilha...
Abraços, que fortalecem nosso ser...
Preciso conviver com a arte, que moldura os dias
Sou o deleite pop de Guto Naveira
o lúdico de Manoel de Barros...
as guaranias de Paulo Simões
no meu peito, ainda pulsam os Taróis de Denise Dal Farra.
E eu vou seguindo pela vida,
Ora mansa, ou com alguma pressa
Enquanto ela me quiser por aqui...

Carmen Eugenio


30 de julho de 2011

DESTINO





Ás vezes, o inesperado bate à sua porta.
Mas quando você pergunta quem é, ele responde: destino...

Eu ando distraída,
alegrias e interlúdios
se alternam em minhas razões,
Acomodam-se em miragens
e me chamam à vida,
Como se tudo fosse passageiro,
Um cenário móvel.

Sinto não ter vocação para montanha.
Observo pouco.
Há uma vontade contemplativa
e mutante ao mesmo tempo.

Sem medo do desconhecido,
sigo abrindo portas,
conhecendo pessoas,
lendo sorrisos.

Essa gama de matizes
que tornam o hoje, um presente,
o amanhã, um todo de incontáveis e possíveis rumos.

 

 

 

 

 


7 de julho de 2011

TRANSLÚCIDA


Nem sempre somos o que parecemos

Nem o que aparecemos,

Mas o resultado de acontecimentos

Diversos,

Adversos,

Perversos,

Complexos

e Perplexos.

Sobrevivemos do que algumas ilusões orquestraram

ou ocasiões sugeriram.

Ilusões, fantasias,

êxtases, decepções.

 

O que importa

é não perder o embarque

para o próximo instante

e carimbar sua história com coragem.

O que importa

é ter vontade

e acreditar que muita coisa pode dar certo.

Convivendo com os medos e brindando a graça.

Afinal,

Equívocos, tropeços e atalhos também abrem caminhos.

28 de setembro de 2010

Congruências


Amor é exagero,

sabor das minhas manias,

Bálsamo de todo cheiro.

Visão de toda parte.

Talvez, Agora.

Ficção, Encarte?

O melhor do outono.

Cor da primavera.

Algo que se espera

e inspira aurora.

Trajetória premente

De pulsar febril.

 




26 de setembro de 2010

A Reboque

Às vezes me sinto estranha

Como se meu momento,

estivesse num chuvisco.
Fujo de acontecimentos,
Perco-me em pensamentos,
Há miopia em meus sentimentos.


E nessa confusão,
Destino é meu aposento,
Quieto e secreto,
Distante de toda euforia,
Destoante de qualquer paradoxo.

O infinito está em mim.
Silêncio transmutado em cais.

 


(Carmen Eugenio)