...e nos infinitos das flores e em cada canto deste mundo, passo a compreender melhor as cores que inundam meu abrigo, que enfeitam as esquinas e toda consagração.
14 de outubro de 2022
33ª NOITE DA POESIA
O GRUPO REVERBEL DE TEATRO
E nos anos 90, em Campo Grande-MS, estreia o Grupo Reverbel de Teatro no Aracy Balabanian! A partir do meu projeto 'A Escola vai ao Teatro ', conseguimos o patrocínio da SED/ MS para cenários e figurinos, graças ao olhar de três educadoras que me conduziram e patrocinaram esse sonho: Júlia Marques (diretora da Escola Estatual Arlindo de Andrade Gomes, Leocádia Petry (Secretária de Estado de Educação e Prof Thiê Higushi Viegas. Um sonho e a vontade de uma arte-educadora e seus amados alunos da E.E. Arlindo de Andrade Gomes! O nome , em homenagem à Olga Reverbel, doutora universitária da UFRGS, que dedicou sua vida aos estudos sobre a importância e possibilidades do teatro na escola. E acreditem! Uma das minhas alunas, Marina Oliveira (canto direito foto), seguiu os passos de Olga e tornou-se mestre em Teatro na Universidade do Rio Grande do Sul! Muita emoção! Fomos premiados, caminhamos pelo estado levando a linguagem teatral a tantas escolas, fomos até onde não imaginávamos! Uma felicidade!
Grupo Reverbel de Teatro! Um sonho coletivo que começou com uma arte-educadora recém formada e idealista e seus alunos, na Escola Estadual Arlindo de Andrade Gomes.Éramos uma família. Foram seis meses de ensaios e produção. Seis longos meses. Mas valeu a pena cada segundo.
Uma dessas fotos foi na casa dos meus pais. Os ensaios eram uma festa! A estréia do grupo foi com a adaptação (para uma hora) da peça, Vivaldino Servidor de dois Amos (Adaptação da Obra Arlequim, Servidor de dois Amos, do autor italiano Carlo Goldoni, com tradução de Millor Fernandes), da Comédia DellÁrte, com prêmio de melhor ator para Glauber Von Runkel.
Cada um seguiu seu caminho e o Grupo Reverbel, em homenagem à Olga Reverbel que escreveu diversos livros sobre Teatro na Escola, ficou em nossas memórias!
E hoje, vendo-os com suas famílias e profissões, tenho orgulho de ter plantado uma semente de educação, alegria, do amor pela vida, pela cultura, pela disciplina para alcançarmos nossos objetivos!
5 de abril de 2022
Valéria, minha amada irmã
Eu a admiro, pela guerreira que é,
não somente pela empresária de sucesso
que tornou-se, frente à Celebrare Viagens,
mas pela mãe amorosa do piloto Pedro Landi
e pelo ser humano que distribui palavras de encorajamento,
a todos do seu
convívio!
Valéria promove e engrandece pessoas!
Esse foi o legado dos nossos pais.
E ela compreendeu muito bem a lição.
Eu vejo nela, a competência, a determinação, a coragem
e a pressa em realizar os sonhos muito nítidos.
Valéria sabe dar valor a cada dia da sua preciosa existência.
Eu desejo bençãos infinitas em sua linda Vida,
muita saúde, sucesso, amor, alegrias infinitas!
Obrigada por ser minha companheira de jornada por toda a
vida!
Obrigada por existir em minha vida e por se importar comigo,
também !
Você é um ser único
e agradeço a Deus, todos os dias,
pelo privilégio de conviver com você. Eu te amo, Val!
1 de abril de 2022
Ao Sthéfano, Meu Filho, Meu amor
Você chegou às vinte e três horas e
cinquenta e cinco minutos,
do dia quatro de outubro de 1992.
Eu já o aguardava, desde as dezenove horas,
quando você, de maneira insólita,
avisou que chegaria antes do combinado.
Um domingo em família, com a trivial pizza, conversas e risos.
Alguns meses antes, organizamos seu quarto,
e, sinceramente, colocamos muito amor em cada detalhe.
Me atualizei,
li tudo o que existia sobre o assunto,
que cercava tão notório acontecimento.
Sim, porque sua chegada, implicou em mudanças profundas
em minha vida.
Naquele domingo, perto de meia-noite,
o doutor José Eduardo Silveira dos Santos, me perguntou,
com uma gentileza que só ele possui nesses momentos
que transformam, definitivamente, nossas vidas:
Você quer esperar mais cinco minutos?
Eu, então, respondi,
com a propriedade que meus vinte e poucos anos permitia:
Doutor, o Sthéfano pode vir, agora.
Ele nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço e
talvez, se esperássemos mais, seria complicado.
Benção de Deus, intuição de mãe, dia de São Francisco de Assis...
Mãe é assim. Toma posse absoluta, da fé necessária para blindar um filho.
Escolhi seu nome, estudando a numerologia para chegar ao número ‘Um’:
independência, autonomia e coragem para enfrentar desafios.
O que mais uma mãe pode querer para seu filho?
Uma mãe, quer tudo de bom para seu filho, mas acima de tudo, quer protegê-lo.
Também pensei em ajudá-lo nas provas orais da escola,
em que, os alunos com nomes que iniciam com a letra ‘S’,
ficam para o final.
Hoje, meu primogênito, um ser humano de qualidade ímpar,
que admiro como ninguém, está trabalhando,
está lutando pelo seu espaço, buscando honrar seu pai, sua mãe e toda sua ancestralidade.
Procuramos guiá-lo por princípios que
o deixem distante de dificuldades
e o fortaleçam para os momentos desafiadores.
E eu, continuo orando,
pedindo a Deus para protegê-lo, em todos os seus caminhos.
Eu o amo, com um amor que jamais pensei existir.
Eu o amo, incondicionalmente.
Obrigada meu filho, por existir em minha vida,
por transformar-me em uma mãe
e por ensinar-me a amar,
infinitamente.
31 de março de 2022
A Vida
A vida,
tal qual dança caudalosa de ciclos,
expande memórias,
e reverencia minha ancestralidade,
num resgate semiótico,
de cada história.
Esperei por vezes,
gratas surpresas,
agasalhadas em celofane
e trançadas em horizontes.
Já abreviei caminhos,
já estilhacei apreços,
por acreditar na proximidade,
de milagres e recomeços.
Eu não estive só,
mas bebi,
rouca e inerte,
no cálice da solidão.
Sigo, por vezes, calada,
adornada de loquaz verniz.
Alternando períodos,
Simples ou compostos,
Vibrando, sempre,
a emoção de uma aprendiz.
17 de novembro de 2021
Estelar
Escrever, é o melhor das minhas horas.
Gentileza que impulsiona profunda devoção,
de vida e entrega, de outorga e ofício,
onde reverencio frases e terna expressão.
Observo o fluxo, procuro a vibração da energia.
Um pórtico audaz, anestesia fragmentos de luz,
antecipando eventos, intensos e calorosos,
alinhados à verdade de uma primavera que seduz.
Não ouso interpretar tal sacerdócio,
Onde o êxtase consagra-se transcendente.
Sinto a alma florescer sã, lunar, estelar,
solto, então, palavras que pulsam no presente.
E assim, sigo, quase que movida por instinto,
e me entrego à prática da licença poética,
como uma cerimônia, juramentada e avassaladora,
que me leva a criar versos e poemas sem métrica.
2 de maio de 2021
O Espectro e a Dialética
Passamos a vida
procurando por respostas,
acreditando em pessoas,
buscando espaços
para expressar nossas verdades.
Coexistentes do espectro
que baila pujante
pelo ardil plúmbeo
dos reveses,
incineramos,
diversas vezes,
retóricas condensadas
por qualquer vaidade,
remanescente e tóxica,
em fogueiras intrépidas,
adornadas
por espasmos comoventes
de chamas febris
e faíscas irascíveis,
contundentes e perversas.
Trazemos a esperança
compilada em manuscritos,
arrancada de entranhas
seculares e secretas,
que desaguam em
versões e ressureições,
esquecidas entre as brumas,
debruçadas em tórrida
revelia
e trazidas
na alvorada
moldurada
pelo esplendor
do sol nascente.
.
Mate o Ego
Mate o Ego
Dome a impetuosidade e
Brevidade de suas emoções.
Para um ser humano inteiro
de consciência plena
que não depende
de outra metade.
O equilíbrio dorme
nas profundezas
das razões,
entorpecidas
pela essência
da autoimagem,
de um ego equivocado
e mesquinho.
Ouça as pessoas.
Extravie suas opiniões.
Mate o ego
Para emergir
Da angústia e
Resplandecer na
Incoerência das
Convenções reversas
e ajustes insólitos.
Expectativas Sintéticas
Somos traídos,
Dia após dia,
Pelas expectativas
que criamos.
Nos decepcionamos
com pessoas,
por depositar
nossa totalidade
existencial no outro.
Diz respeito
somente a nós mesmos,
a responsabilidade
pelos sentimentos.
Sim,
muitas expectativas
são descartáveis.
Posso brindar a Perls,
com a melhor
e mais expressiva,
cepa de Shiraz,
pelo despertar
da consciência
em oração
‘Eu sou eu
Você é você.
Se nos encontrarmos,
Será lindo.
Se não, nada há a fazer.’
E está tudo bem.
25 de abril de 2021
Ame-se Um Tanto Assim
Logo cedo,
em frente à estrada,
seguindo o trecho,
no cerne de capilaridade.
Cortando a cana,
bebendo seu caldo,
ou estrilando senhas e diapasões
pelas guaviras dos cerrados.
Ame-se
Um tanto assim.
Mesmo enfrentando
horrores e serpentes,
elegante sobrevivente,
do espanto e da discórdia.
Renuncie à catarse distópica,
num preâmbulo qualquer,
em epifania de querubim.
9 de março de 2021
Solene Amor Líquido
Não perca tempo
Com jogos emocionais,
subversivos, apelos crueis
e cenas teatrais.
Não faça pactos
De amor líquido.
Bauman,
bem entenderia.
Quem sabe essa,
seja única armadilha.
Num encontro
Com o irascível e prolixo,
Existe o prenúncio
De divagar pelas falésias
do Espelho,
Em solene reconciliação
Com o próprio eu.
7 de março de 2021
Diálogos possíveis
Por favor,
desligue os interruptores ao sair.
Não corra o risco
de encontrar algum espectro,
com intenções desbotadas,
extraviado em algum aposento.
Bata a porta devagar,
evitando a rudeza da trava.
Diálogos possíveis,
são os melhores desatinos.
Se esforce para submergir,
sincrético e humano,
da cruel veemência
dos detritos da teoria ufana.
Ao percorrer essa narrativa sinestésica
e pendurar a ruína dos rótulos,
desperte como um diamante,
ao desprender-se de um passado,
posto, enfim, distante.
Carmen Eugenio
26 de fevereiro de 2021
Quem Sabe a Gente
Faríamos tudo diferente
Embora a paciência
Esteja com os dias contados.
Tentamos amiúde,
Um diálogo elaborado,
Um discurso ensaiado,
Um encontro articulado.
Nos encontramos
Outras vezes,
Num jantar à luz de velas
brindando por todas músicas
em serenatas na janela.
Olhamos a parede,
Buscando definir
alguns timbres.
Enquanto você fica aí
Esperando que tudo se ajeite,
Eu fico aqui,
Acreditando na gente.
24 de fevereiro de 2021
Eu, Dissonante
Deixe que o sentido
De cada palavra,
Se revele na inexata imensidão
Do seu eu,
cristalino e dissonante.
Pegue uma valise e pronto.
Acomode suas lamentações ali.
Um acessório compatível
Com a importância de algum dissabor.
Depois, siga confiante
Coloque algo confortável
Um sapato sóbrio,
Um batom carmim
e ainda o perfume
com notas de jasmim.
23 de fevereiro de 2021
Aroma de Cassis
Essa pantomima
Com traços de maledicência
Alcança resquícios desbotados
e limites pessoais.
Sem querer maldizer
crenças e dogmas
Mas existem fragmentos
revestidos de convenções sociais.
Sei que o esconderijo,
é tentativa inepta.
Mas tem um atrevido
e insistente
aroma de cassis.
Acordes e Intuição
Acordes e Intuição
Pare de analisar
e dissecar acordes.
O que você precisa,
na verdade,
é apenas observar.
Toda essa mania
de simular tragédias emocionais,
com saídas e despedidas,
apoteóticas e proibidas,
pode revelar-se inócua
para escapar do deserto
e seus intermináveis
discursos áridos.
Chame os escribas.
Recolha-se
na emancipação
Que disfarça o obvio
e dilacera alguma intuição.
Está chegando o Dia
Está chegando o dia
Um dos mais esperados.
Sonhado,
elaborado, celebrado.
Eu não sei dizer
De emoção precisa,
sentimento
e significado.
Só sei dizer
Que é como
correr para um abraço,
Apertado, sincero, demorado,
Pelos arredores do mundo,
No contorno de sua raia.
Ou andar descalço,
Sereno, sozinho, inteiro,
alinhavado com a brisa
e o crepúsculo, pela areia da praia.
22 de fevereiro de 2021
Pequenos Pecados
Ouça o vento,
no prólogo
do encanto.
Tentativas vãs
de pequenos pecados.
Sutilezas sãs
de projeções recíprocas
e recados alados.
Sinta o tempo
em seu transcurso
inexorável.
Ouça, respire, alcance
a ancestralidade plena.
Um enredo impecável
com porções e anseios
de predicados sensatos.
9 de fevereiro de 2021
Urgentes e Ungidos
Esbarrei nos seus segredos,
Mas segui precisa.
E você, aí parado
Como um enfeite,
Monótono, lacônico
Subtraindo meus sentidos,
urgentes e ungidos,
sem disfarces ou vaidades.
Rasgando meus versos,
no calor da proximidade.
Eloquentes Mistérios
Contávamos morangos
Sobre a mesa.
Episódios banais
ao cair do dia.
E, então, encontramos
uma nobre vilania
Quem diria.
Um descaminho transverso,
trançava hemisférios
e atropelava o lirismo.
Impetuoso e benigno.
Descontruímos ruídos,
Para enlatar
Eloquentes mistérios,
em um mundo movido pelo amor,
pelo ódio
ou pelas controvérsias.