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27 de outubro de 2010

Meditação e Crianças

Meus aluninhos, meditando ao final da aula de artes.


Desligar-se por alguns minutos dos assuntos do dia-a-dia tem efeitos físicos e psíquicos comprovados por estudos. A meditação promove a liberação de endorfina (neuro-hormônio que produz sensação de bem-estar e diminui a produção de adrenalina (que, nas crianças, sempre é alta) e cortisol (hormônio ligado ao estresse).
Com o objetivo de ensinar às crianças a prática contemplativa, de conhecer os benefícios do silêncio, de encontrar-se consigo mesmo, com seu Eu, estimular a imaginação, alcançar pensamentos positivos, otimizar a auto-estima, para melhor enfrentar seus conflitos, orientei meus aluninhos como meditar ao final das atividades nas aulas de artes.
Eles adoraram, até porque, crianças apreciam novidades e também são atingidas pelo estresse do cotidiano.
Fiquei surpresa quando o primeiro aluno, Vitor com sete anos de idade, sentou-se sozinho, em posição de lótus. A partir daí, os outros foram acompanhando e a sala de aula, geralmente barulhenta, tornou-se um verdadeiro templo de paz! Que maravilha! Para mim e para eles!
Comecei a desenvolver a meditação essa semana, nos minutos finais da aula, quando as crianças terminam as atividades propostas.
No início, ficamos em absoluto silêncio. Pedi que fechassem os olhos e respirassem profundamente.
Depois, comecei a contar-lhes uma história , como nas oficinas de teatro, em que começamos a nos imaginar no lugar descrito.
Disse a eles, que se imaginassem andando pela areia fofa da praia. Depois, apreciando as ondas do mar...
As crianças puderam relaxar e desligar os pensamentos. A seguir, imaginaram-se dentro da narrativa.
“Quando aplicada corretamente, a meditação ensina a criança a ter autocontrole, diz a psicóloga norte americana Deborah Rozman, autora de ‘Meditação para Crianças’. Segundo ela, estudos comprovaram que a meditação ajuda pequenos muito inquietos a controlar o temperamento. Crianças arteiras ou hiperativas têm mais dificuldade de meditar, mas são extremamente beneficiadas quando conseguem, completa Márcia de Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciyma), de São Paulo.

...Enfim, serenidade já!

                                 

26 de abril de 2010

ARTE EDUCAÇÃO - UMA EMOÇÃO !



Como as crianças ficam tão felizes na aula de Artes e como alguns adultos não entendem isso?
Como a Aula de Artes é necessária para contribuir com o desenvolvimento afetivo, cognitivo, emocional enfim, com várias vertentes da evolução psico-social de uma criança.
Acredito, que as crianças das Escolas Públicas Municipais de minha cidade, mereçam um espaço apropriado para as aulas de Artes.
Seria muito mais proveitoso para elas, pois, eu, como arte-educadora, não posso usar todo o meu potencial, porque outras aulas acontecerão após a minha no mesmo espaço físico, e não há tempo hábil para que a equipe de limpeza deixe tudo em ordem.
A cronologia me impede de, por exemplo,  dar aulas de modelagem em Argila, de papel maché, porque , como já ocorreu no passado, a confusão foi tanta, que tornou-se inviável.
Minha campanha é por uma sala separada para as Aulas de Artes !

14 de abril de 2010

Nosso Mosaico de Botões

Resolvi fazer com meus aluninhos, uma réplica do quadro de Mosaico de Botões do "Museu do Futebol", que vi no Estádio do Pacaembú, em São Paulo-SP
Mosaico de Botões - Museu do Futebol - Estádio do Pacaembú

Aquela Obra de Arte foi 'Amor à Primeira Vista'!
Acredito que essa seja uma das finalidades da Arte - Nos Encantar!
Desde o início do ano, solicitei às mães que trouxessem botões para o nosso projeto.
Projeto executado a inúmeras mãos.





É... falta bastante botão...não ficará igual ao original, nem queremos que fique. Na verdade o original foi uma inspiração.
Mas a 'Festa' que tem sido o caminho das colagens, dos coloridos dos botões, das histórias das idas às costureiras para pegar os restos de botões, já está valendo todo o processo!
"Interessante como às vezes a caminhada é mais valiosa e enriquecedora do que a chegada ao objetivo!"

6 de março de 2010

Jogar, Contar Lendas e Histórias...

                                                        Aula de Modelagem em Argila
Na Fundação de Cultura, sou concursada há mais de 10 anos. Mas na Secretaria de Educação, sou concursada há quase dois anos. Entrei em 2008. Passei em terceiro lugar na prova escrita e pude escolher um lugar bem ao lado de casa para trabalhar. Como se o trabalho fosse a continuidade do meu quintal.
Desde sempre, percebi que seria uma oportunidade de crescimento e troca de energia fascinantes. A dinâmica das circuntâncias e o material humano a ser trabalhado são desafios constantes.
Recebi as salas de pré, primeiro, segundo e terceiros anos do ensino fundamental. É, ainda tem uma sala de pré! Para mim, não houve dificuldades, já que tenho uma filha de 4 anos, e brinco constantemente com ela. Sim, eu disse brincar, porque o Lúdico, para mim, tem tanta importância que faz parte também do meu Planejamento, e sobre ele, falarei em específico, noutro momento.
Então, tenho alunos, que estão comigos desde o pré, e agora no 2° ano.
Eu os vi no começo deste ano, pensei sobre isto e até me emocionei. Comentei com eles:
- Nossa! Como vocês cresceram! Eram tão pequenos quando nos conhecemos há dois anos, alguns tão chorões!! E agora, grandinhos, mais compreensivos! (Que lindo observar a evolução humana!)
Digo sempre aos meus alunos, que não importa que estejamos em uma escola pública, sempre exigirei deles, um comportamento de escola Suiça. Aí, naturamente, preciso contar o que é a Suiça...
Outra coisa que faz parte do meu Planejamento é a Contação de Histórias e Contação de Lendas.
Adoram me ver contando histórias. Se forem as lendas do Boi-Tatá e da Mula-Sem-Cabeça, meu Deus... a criançada nem pisca os olhos...Querem mais, mais e mais... Eu conto, represento, tem algumas estórias que peço a eles que imaginem o final, para incentivar a criatividade!
 Mas termina a aula e eles me dizem... - Que pena professora, acabou nossa Viagem!!!
E eu respondo - Acabou nada!!! Semana que vem tem mais!!
Blog da Escola - Slides das Aulas de Artes !

Et Je Pleuré....

Ano passado, entre alguns casos bizarros (aqui no sentido de esquisito e estranho ) tive um aluno que, quando eu entrava em sala, ele entrava embaixo da minha mesa, ficava 'entocado' e nada o tirava dali. Fiz de tudo, encaminhei à coordenação, chamei o responsável, orei ao Pai, enfim... nada resolvia. O guri 'incorporou' um homem das cavernas, e eu que  não sou psicóloga, toquei o barco. Tem coisas na vida, que a gente consegue resolver e outras que a gente não consegue resolver. E para essas últimas, a minha solução é em primeiro lugar, tentar compreendê-las, se for possível e necessário. Senão, ignorar. Mais simples e menos danoso à nossa saúde. Esqueça. Para que achar que devemos saber, entender e ter o controle sobre tudo? 
O menino que gostava de se esconder embaixo da mesa foi reprovado e está cursando novamente o segundo ano.
Este ano, estamos lá, conhecendo o Traçado Gráfico através da régua...Notei no início do ano, que ele estava participando das aulas. Nem me empolguei...mas esse comportamento manteve-se linear.
Ontem, já no segundo mês de aula, ele estava dominando o uso da régua, entendendo a distância em centímetros, fazendo quadrados, composições, enfim trabalhando, produzindo, querendo aprender e, acreditem, auxiliando os que ainda estavam com dificuldades. Ele veio todo orgulhoso me mostrar o trabalho proposto concluído, e eu fiquei tão emocionada que não contive as lágrimas.
Eu estava diante de uma criança que,  finalmente,  evoluía dentro do processo de ensino-aprendizagem, apesar de todo o contexto de dificuldade familiar, sócio-econômico em que se encontra. O Ensino e a Arte, estavam vencendo todos as dificuldades psico-educacionais daquela criança.
Eu ouvi sua mãe, várias vezes, me contando sobre a dificuldade em criar seus filhos sozinha, em razão do pai ser criminoso e estar em um presídio.
Mas ontem, aquele menino que se escondia embaixo da mesa, sorriu e eu fui testemunha de sua felicidade em superar os próprios limites! Essa emoção, me fez chorar...

Vi Mondrian em meus alunos!!

Me inspirei em Beatriz Milhazes, Pieter MONDRIAN(Concretismo), e Victor Vassarely (Op Art), para elaborar o meu Planejamento Bimestral em Arte-Educação.
De Beatriz, pensei exclusivamente, nas colagens e sobreposições. Para isso, pedi às mães de meus alunos em reunião, que me enviassem papéis de diversas texturas e muitos retalhos, botões, barbantes, enfim, uma infinidade de possiblidades para que pudéssemos explorar relevos, composições e customizar nossas criações!
        (Vi em Floripa! )   
                             
O princípio: ensinar as crianças de 1°,2° e 3° ano a usarem a régua. Estamos neste processo há duas semanas. Posso dizer, que com os menores, o progresso obtido já alcançou 50%,  e com os maiores já estamos compondo tramas geométricas. Eles já compreendem as dimensões de um quadrado, de um retângulo. Já sabem utilizar a régua para isso ! Vitória! Próximo passo: Desenhar Composições Geométricas em Papéis Texturizados e em Tecidos , recortar e colar em uma plataforma lisa, finalizando a criação inspirada no Abstracionismo Geométrico.
Pieter MONDRIAN

25 de fevereiro de 2010

Arte-Educação ... Um Querer Bem

Minha abordagem sobre esse tema será sob a perspectiva histórica, teórica e experimental.
Sinto necessidade de partilhar algumas observações constatadas no cotidiano do exercício da profissão. Boa parte das minhas manhãs laborais têm sido dedicadas a esse fim.
O estudo das Artes tem sido obrigatório no ensino fundamental e ensino médio no Brasil desde 1971 a partir de um acordo oficial MEC-USAID (EUA), que reformulou a Educação Brasileira, estabelecendo os objetivos e o currículo configurado na Lei Federal nº 5692 denominada "Diretrizes e Bases da Educação", uma criação ideológica de educadores norte-americanos.
Antes que eu inicie minhas incursões nesta seara, faz-se mister mencionar a pioneira em arte-educação no Brasil, Ana Mae Barbosa, principal referência no país para o ensino da Arte nas escolas, tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arte-educação, defendido em 1977, na Universidade de Boston e a primeira pesquisadora a se preocupar com a sistematização do ensino de Arte em museus, durante sua gestão como diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo MAC/USP
É autora de diversos livros e artigos fundamentais para o estudo nesta área e em 1987 desenvolveu o primeiro programa educativo em Arte-educação no Brasil, baseado em sua "proposta triangular" para edificar conhecimentos em Arte:
• Contextualização histórica;
• Fazer artístico;
• Apreciação artística.
No universo chamado escola pública, o principal desafio é dirimir impedimentos que atravancam e retardam o avanço da arte-educação, para aproximar a arte dessa realidade social.
Nesse cenário, para mim um laboratório experimental, elencarei óbices do cotidiano.
Uma equação, um desafio, um processo de estreitamento e comunhão de mundos ainda desiguais mas com uma promessa de êxito enquanto acreditar-se na arte como uma linguagem universal.
Eu e minhas alunas: Izabella do 2°ano e Kiohara de Teatro