Esperança,
Não sem querer
Espero as cores do crepúsculo.
Cerca-te híade
Como é insuportável ver nuances sem tocar nos matizes.
(Carmen Eugenio)
...e nos infinitos das flores e em cada canto deste mundo, passo a compreender melhor as cores que inundam meu abrigo, que enfeitam as esquinas e toda consagração.
Ando sobre marés...
as águas
levam o tempo
e o tempo muito
me traz.
Algo,
insistentemente,
querendo
sobrevir à obliquidade
do meu
pretenso auto-controle.
E por que não?
Surja,
rompa
distâncias,
desafie
hipóteses,
divirta-se
volatizando retóricas
de alguma
sensatez.
Se pensa,
se aposta,
eu junto
uns ´possíveis`
com vastos
quereres
e dezenas
de talvezes.
No espelho,
uma esfinge
desnuda e atônita
espectadora
do elo
com o fortuito surreal.
Prazer, eu sou apenas eu.
Não sei se sei dizer tudo sobre minha vida.
Mas gosto de conversar
sem tempo para terminar.
Sem aparatos, retratos, contratos e extratos
quero apenas ser ou estar.
Sou alguém que gosta de olhar para o céu
e me esqueço contemplando o mar.
Caminho
pelas nuvens,
Tenho sonhos e um violão.
Carrego
vontades e sei sorrir.
Conheço estradas e solidão.
E se outro dia se transformar
em todo o tempo ou muitas horas
Talvez eu aprecie cada segundo
E tenha saudade da sua presença.
Quando me encontrar
me ouça sem
tanta razão.
Quem sabe o
nada
Transponha estação.
O amor transborda
e o entorno fica diferente.
Há cores que cintilam
Sob um olhar reluzente.
Tudo brilha
com o deleite do lampejo.
A alma quer ouvir,
sentir novamente a proximidade
que rompe quietudes
e invade mistérios.
O céu está mais azul, o ar mais suave.
As pessoas com seus significados e
signos,
agora fazem sentido.
E todas as melodias
Transportam para o infinito.
Encantam e transformam
o universo que floresce bendito.
Percorro um labirinto
Onde as
palavras se escondem.
Nem sei
como entrei.
Não me
preocupo em sair.
Aprecio o
inexato,
Abstrato
e o extrato
da emoção.
Ainda que
não me sobrem respostas
Ou pronomes
oportunos
Eu, nós...
Estamos sós,
Caminhando
por vogais.
Acredito e
coexisto
nos acordes
de
ilusões e
desejos.
Passaria
tudo a limpo,
mas não
perderia a intenção dos rascunhos.
Eu estava longe,
muito longe...
Libertada pela anatomia das palavras.
A cadência secular dos instantes,
constante,
me invadia
como o ar do dia.
Meus pensamentos se juntavam
e se dispersavam novamente.
Uma acrobacia insólita
diante de uma
uma estela circunspecta.