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26 de novembro de 2020

ACOLHIDA


Estive a léguas de um canto seguro,

Andando com vestes coloridas,

Insisti, roguei aos santos e juro,

Cheguei a tempo de ver janelas floridas.

 

Seria desnecessária qualquer providência

Sem a benção de fé revestida.

Aprendi que é de praxe a reverência

Que cada um deve ter pela vida.

 

Não desisti na primeira queda,

Nem abusei da mão estendida,

Valor maior que qualquer moeda

É louvar amizade e acolhida.

 

Visitando segredos pelo tempo,

Escritos em versos pela cidade,

Sendeiro testemunha alento,

Transforma o ciclo em festejo de verdade.

 






 

 

 

 

 

19 de novembro de 2020

Embala e dá o Tom, Menina

 

Embala e dá o tom, menina,

O suspiro é do glacê,

O vestido evasê,

A saia godê,

O quarto rosé.

 

Escuta aquele som, menina,

Não chegues tarde,

Não faças alarde,

O sol arde,

Benze-te e te guardes.

 

Cadê o teu batom, menina?

Se for para tua felicidade

Domas a realidade,

Enfrenta com dignidade,

Conquista a faculdade.

 

Decifra o teu dom, menina,

Alcanças teu lugar,

Aprendas a te amar,

Queira te concentrar,

Vejas tua vida desabrochar.

 



 

 

 

 

 

Dança Lua


             

Há pétalas sobre a varanda,

O sol invade a escuridão,

A bergamota que permeia o espaço,

Incensa e afasta a solidão.

 

Ela é plena, move o mundo

E expande o horizonte 

Convicções e zelo profundo,

Por ser terra, mãe e instante.

 

Seus credos e segredos,

Doce sopro e labareda,

Esplendor de certezas e medos

Descortinam azul vereda.

 

Alma negra dança lua

Que carrega tradição,

Uma força que cultua

Amor, entrega e emoção.

 





 

 

18 de novembro de 2020

NEGRA TEZ


 Partilha teu sentimento,

 Transborda sensatez,

 A beleza que trazes na alma,

 Revela-se na tua tez.

 Não sei se exala perfume

 Ou espalha sonhos outra vez.

 

 Desliza pela guia

 que exprime tua essência

 tingida por carmim,

 em sã consciência.

 Serena, desacelera o passo

 e suaviza a permanência.

 

 Quando despertas e respiras

 no ensejo da reconciliação

 com teu universo raro

 trazes no bojo, imaginação.

 Cantaria teus prelúdios,

 Negra tez, que vibra emoção.

(Obra da artista Isadora Cullmann - CG-MS)

 

 

 

 

 

 




 

15 de agosto de 2020

MALABARISTA

Eleva teu olhar

Que o instante passa,

Esquece o tempo

E urgências rasas

Vê os malabares que encantam as esquinas.

 

A cidade talvez não perceba,

O espetáculo, a beleza, a destreza

Que invadem, resolutos,

Nossos frágeis palcos urbanos.

 

O arremesso preciso

Do artista com seu sorriso,

Oculta dor

e drama invisível

Que permeia a paisagem

De cenário contundente.

 

Arte de querer latente

Num pulsar transitivo

e despertar contrito.

 


 

 

 

24 de maio de 2020

Fizemos Pão Italiano!

Mais uma da nossa Quarentena! Hoje fizemos nosso primeiro Pão Italiano! Ficou uma delícia ! Faz tempo que estamos ensaiando, com vontade de fazer! Então, vimos várias receitas e escolhemos a nossa, com informações aqui e ali. Fazer esse pão, tem um significado para nós, pois nos conecta diretamente aos nossos avós italianos. É como se os honrássemos mais esse dia, fazendo um ícone da cozinha italiana.
Sim, aqui em casa somos descendentes de italiano. Uma calmaria só 😂. Tudo é intenso!
Mas, voltemos ao pão!
Sua receita é muito fácil. Alguns deixam ele descansar por 1 hora, 4 horas... Cada um faz de um jeito. Escolhemos deixar a massa descansar por 12 horas então fizemos as dobras e colocamos para assar . Nosso forno é elétrico, pode dar alguma diferença para quem usa forno à gás. Mas vá testando até chegar no formato adequado a você. Pão simples e leve, que carrega toda uma ancestralidade em si.
Aventure-se e  buon appetito!!




12 de maio de 2020

Gratidão Por Ser

De repente em algum lugar
você encontra alguém 

que faz a caminhada valer a pena.

Não abracei tristezas 

e não escolhi colher espinhos.
Assumo estações instáveis 

em que me coloco assombros.

Descortino fases, votos, risos e sensações profundas,
Sem saber do tempo que resta.

Janelas ensolaradas anunciam enlevo,
Mas meu andar, esbarrou em escombros.
A história passa assim, rapidamente,
Rente à foz, quando da transição.

Escuto presságio de lucidez
Que me inspira e apaga a desordem.
Em evolução comprimida,
Na escalada desse isolamento inóspito,

Vejo cenas cintilantes de calor infinito. 

Verbos afáveis salvam meu repertório

e tornam possível minha tênue,

 mas consistente, 

expressão do ser.





10 de maio de 2019

Formato de Coração

Ele é especial

E sabe disso.

Nesse tempo,

É tanto e tudo.

 

Quando fala, quando indaga

ou quando fica mudo.

Quando torna-se movimento

ou paralisa qualquer instante.

 

Seus contornos, alquimia.

Derrete algumas verdades,

Meu impulso contagia.

 

Ele é, em meu mundo,

Um muito de todas as coisas,

De qualquer canto

E qualquer cor.

 

Por seus olhos,

Meu encanto, permeia.

Desejo sensorial pleno,

momentos sem chão.

Formato de coração.

 

Há ainda o arremate

De abraços e vontades,

espasmo de quereres.

 

E a cada encontro,

onde as certezas tiram o talvez,

Celebro com alegria

Estar ao seu lado,

Contando tudo,

mais uma vez.





 

 

 

 

 

 

 



7 de março de 2019

ENCONTRO E CALMARIA

A mensagem logo cedo é clara:
saudade não demora e
se instala.

Há logo a intenção de sobrepor retina.
Um repente que desorienta,
atrai,
manda recado,
troca segredos
e entrega calmaria.

Na escalada do contentamento
e algumas promessas,
já nem sei
se a dimensão do tempo
é a mesma que encontrei,
antes da sua chegada.

E à noite eu me aqueço
nos vãos de suas palavras,
sem rotina ou quase nada.
Eu tento, não me esqueço,
dançar no ritmo da sua toada.





 

 



                                                    

3 de março de 2019

Metafísico

A cada objeto seu,

faço uma leitura da sua alma.

 

Seus olhos,

me entregam imensidões.

Não há como não desejar

aprender todas as músicas,

e, em cada letra, viajo pelo seu eu.

 

Os sons do mundo me remetem

aos nossos instantes,

que estão em tudo.

Estão em mim.

 

Eu o bebo com vagar

e minha respiração revela

a propriedade magistral

da sua presença.

 



5 de julho de 2018

Verdades e contramão

As palavras são expressas
de maneira avessa,
com imensidões de véus
e acontecimentos breves.

O calor que transpassa o verbo
é a partilha necessária
e certeira,
que acalenta desejos.

Esse tudo me abraça.
Quando chega a noite,
debruça, latente,
sobre sonhos e laços.

Me imagino ao lado de seus passos,
compassos e espaços

Tão impreciso
lapso ardente.
Verdades e contramão.




3 de julho de 2018

Paragem


E aquele lugar te faz sorrir,

Aquela voz te faz imaginar,

Aquele instante te faz sonhar.

 

Como se tudo que foi dito

Faça todo o sentido

E espalhe aromas.

 

Colha desejos

e acredite em quimeras.

Não é preciso procurar mais

o que acaricia por dentro.

Todas as utopias, enfim,

colam-se aos cristais do tempo.

Resistir? Para que?





31 de maio de 2018

Minha História

Há 26 anos, eu iniciava a carreira na Prefeitura de Campo Grande, como Profissional de Promoção Cultural.
Eu nem imaginava o universo de experiências que se descortinaria à minha frente. Afinal, quem pode imaginar aos vinte e poucos anos, recém egressa da Universidade Federal-Faculdade de Artes, o significado desse compromisso?
Cheguei e logo assumi os núcleos de Teatro e Dança, pois Jo saía para licença gestante. Uma grande responsabilidade ocupar o lugar de alguém com tanto talento.
O teatro já era amor antigo, iniciado na escola. Na Universidade Federal, então pupila do Mestre Eduardo Borges e Marly Damus, criei  o Grupo Bombom de Teatro de Bonecos, juntamente com as amadas: Leonor Lopes S Saad, Cláudia Maluf Barcelos Borges e Mônica. Depois, participei do Grupo de Teatro Alma de Circo, sob a direção de Andre Finger, trabalhando ao lado de Caio Ignacio , Adilson Schieffer Elvira Brandão, Isac Zampieri, Conceição Leite e Jair Damasceno. Após esses projetos, em 1991, já atuando como arte-educadora, montei o Grupo Reverbel de Teatro, (uma homenagem à Olga Reverbel) com alunos da escola estadual Arlindo de Andrade Gomes, dentro do Projeto de minha autoria ‘A Escola Vai Ao Teatro’, inteiramente financiado pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul. O projeto foi um sucesso tremendo e recebeu o Prêmio de Melhor Ator para Glauber, a partir da montagem da peça adaptada de Millôr Fernandes – ‘Vivaldino Servidor de Dois Patrões’, cuja estreia aconteceu no Teatro Aracy Balabanian, em 1991 e circulou por mais de quinze cidades do interior do estado, para apresentação em escolas estaduais. Essa experiência fantástica mudaria para sempre a concepção de cultura e arte na vida daqueles jovens espectadores. Mudaria mais ainda, a minha própria vida e dos alunos que participaram deste grande projeto: Glauber Runkel, Leonardo Arruda Calixto, Marina de Oliveira, Paulo Reis, Marlom, Anderson e Taciana Reis Angeli Reis (entre outros).
Na área de Dança, meu primeiro projeto foi ‘Dança para Todos’, para o qual convidei Suzana Nazaret Dolabani Leite para participar, abrindo, generosamente, sua escola de Dança para ensinar Ballet Clássico a crianças carentes. Lindo demais.
Desde então, foram centenas de projetos na área cultural. Nós, profissionais de Cultura, atuamos desde a elaboração de Projetos até a Produção e Execução de Eventos. Tive também a oportunidade de Coordenar os Eventos no Calçadão da Barão que encantaram a cidade, com a participação de grandes artistas. Coordenei por anos e ampliei a equipe de Comunicação, onde constatei a imensa parceria dos órgãos de imprensa para a divulgação de eventos culturais. Sou pura gratidão a esses profissionais e veículos de imprensa. 
Para que meus colegas tivessem pleno conhecimento das realizações da secretaria, criei nessa época a página da Sectur no Facebook , Instagram e WhatSapp para que TODOS tivessem acesso à divulgação de nossos eventos. Antes disso, somente as chefias e alguns funcionários da sede tinham pleno acesso às informações dos eventos culturais realizados pela secretaria. Naquela época, os colegas que trabalhavam nas unidades, tinham dificuldade em  informar o cidadão campo-grandense ou de outras cidades, sobre os eventos realizados pela secretaria como por exemplo, datas, horários e locais de oficinas de artes, exposições e shows. Hoje, além do conhecimento, todos podem compartilhar as ações e, principalmente, participar de todas elas. 
Tive também a honra de participar do Conselho Municipal de Políticas Culturais. Como gestora da Divisão de Literatura, indicada pela primeira vez pelo Presidente da Fundação de Cultura Americo Yule, a quem serei eternamente grata pela confiança, coordenei os inúmeros projetos da área e salas de leitura nos bairros, instalamos a sala de leitura da Associação de Moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, com o caro amigo Janio Batista Macedo e em 2016, tornamos a Biblioteca Municipal do Horto Florestal, um Centro Multicultural, aberta a diversas linguagens artísticas e oficinas, adequando-a ao Manifesto da UNESCO Para Bibliotecas Públicas, de 1994. Uma mudança difícil e profunda que beneficiou toda a cidade, proporcionando, além do acesso à literatura, o acesso à diversas oficinas artísticas ( como Origami, História em Quadrinhos e Contação de Histórias), exposições de artes plásticas, saraus e espaço de férias para as crianças com a participação de artistas renomados do Estado de MS. 
Durante doze anos fui membro do Cerimonial do Gabinete do Prefeito(1993 a 2005), sendo indicada como gestora do mesmo, em 2013.
Poderia contar a vocês centenas de histórias, passagens, cenas de bastidores, etc., que tecem minha trajetória. Houve infinitas alegrias e também tristezas. Mas, se as alegrias nos suavizam, são as dificuldades que nos aperfeiçoam, nos desafiam, nos mostram o valor da humildade e indicam o caminho. Aprendi, assim, a ter gratidão pelos obstáculos que mais ensinam do que ferem.
Sozinhos não construímos nada. Mas sim, em equipe. E a nossa equipe é maravilhosa. É uma família. Tenho convicção de que, a legítima missão do gestor público seja trabalhar pela comunidade, contribuindo para sua melhoria, transformando vidas e promovendo ações e talentos que potencializem a evolução de toda a sociedade. 
Outra coisa que tenho absoluta certeza: assim como cada um tem a sua própria história de vida, eu tenho a minha história e ela é indelével. E com essa história eu tenho honrado o compromisso de servir nossa cidade.
O tempo passou, mas continuo apaixonada pela minha carreira ligada à Cultura.
Apaixonada, é pouco. Trata-se de um superlativo: apaixonadíssima.
Minha eterna gratidão a Deus, à minha família, a todos os amigos que fazem parte dessa história e a todos os prefeitos que confiaram na minha capacidade, que apoiaram quase que incondicionalmente meus projetos e ações e valorizaram meu trabalho.
GRUPO REVERBEL DE TEATRO

 GRUPO REVERBEL DE TEATRO - CAMPO GRANDE MS


26 de novembro de 2017

O Mundo é seguro.

Talvez essa seja a principal competência e desafio: 
olhar o mundo com afeto, 
respeito, compaixão , 
suavidade.  
Somente dessa forma 
podemos acreditar 
sermos dignos de receber amor. 
Modifique paradigmas e crenças . 
Tire os óculos da desconfiança.  
Só então , 
será possível respirar profundamente 
e entender que está tudo bem!
O mundo é um lugar seguro!

5 de julho de 2017

Travessia e Despedida




 

A travessia às vezes é demorada.

Você vai se despedindo, 

relutante em aceitar o fim.

Esse desprendimento acontece aos poucos.

O desejo se despede.

Não se tem mais o abraço.

E as conversas dão lugar ao silêncio.

A distância vai aumentando.

A proximidade diminuindo.

Os mundos tornam-se desconhecidos.

A indiferença se instala.

 

Até o dia em que os laços tornam-se fios quase transparentes.

E as pessoas permanecem sem mais estar.

E então, chega a hora de partir e

agradecer por ter vivido a experiência de compartilhar.


4 de julho de 2017

Eu mesma


Convivo com o pouco explicado,
Enxergo meu reflexo,
Esqueço mal-entendidos.
Coexisto com o sem-nexo.
 
Gosto de olhar para o mar.
Conheço estradas e solidão.
Tenho uma bicicleta, muitos livros.
Saudades de algumas coisas, outras não.
 
Perfume. Veneno. Doce. Devaneios.
São tantas voltas por mim mesma,
que, quando paro, acho graça,
até da pedra que encontrou vidraça.


 

 

 

30 de junho de 2017

Acaso




Distraidamente

Deparei-me com frases

E atada aos seus efeitos

Nem pensei em recuar.

 

Apreços, avessos,

Canções e recomeços.

Tudo que não conheço,

Veio me abraçar.

 

Tudo quente e confortável

Nos instantes que restavam

Para que eu pudesse imaginar

Alguma coisa, qualquer coisa ou algo assim.

Estou aqui, aí, em algum lugar

E basta um instante para encontrar.



29 de maio de 2017

Observatório

Ruíram paredes ao meu redor

e encontrei,

despretensioso

mas relevante,

um observatório permanente.

 

Fragmentos e arestas

permitiram inundar meus pensamentos.

Não há trampolins para mudança de fases

E muita coisa ficou para trás.

Beijos roubados, amores perdidos,

Encontros de elevador,

Monólogos num porão gelado.

 

Talvez, as chances de um abraço,

Aconteçam no vão mágico de um terraço.