...e nos infinitos das flores e em cada canto deste mundo, passo a compreender melhor as cores que inundam meu abrigo, que enfeitam as esquinas e toda consagração.
12 de julho de 2017
5 de julho de 2017
Travessia e Despedida
A travessia às vezes é demorada.
Você vai se despedindo,
relutante em aceitar o fim.
Esse desprendimento acontece aos poucos.
O desejo se despede.
Não se tem mais o abraço.
E as conversas dão lugar ao silêncio.
A distância vai aumentando.
A proximidade diminuindo.
Os mundos tornam-se desconhecidos.
A indiferença se instala.
Até o dia em que os laços tornam-se fios quase transparentes.
E as pessoas permanecem sem mais estar.
E então, chega a hora de partir e
agradecer por ter vivido a experiência de compartilhar.
4 de julho de 2017
Eu mesma
Enxergo meu reflexo,
Esqueço mal-entendidos.
Coexisto com o sem-nexo.
Gosto de olhar para o mar.
Conheço estradas e solidão.
Tenho uma bicicleta, muitos livros.
Saudades de algumas coisas, outras não.
Perfume. Veneno. Doce. Devaneios.
São tantas voltas por mim mesma,
que, quando paro, acho graça,
30 de junho de 2017
Acaso
Distraidamente
Deparei-me com frases
E atada aos seus efeitos
Nem pensei em recuar.
Apreços, avessos,
Canções e recomeços.
Tudo que não conheço,
Veio me abraçar.
Tudo quente e confortável
Nos instantes que restavam
Para que eu pudesse imaginar
Alguma coisa, qualquer coisa ou algo assim.
Estou aqui, aí, em algum lugar
E basta um instante para encontrar.
29 de maio de 2017
Observatório
Ruíram paredes ao meu redor
e encontrei,
despretensioso
mas relevante,
um observatório permanente.
Fragmentos e arestas
permitiram inundar meus pensamentos.
Não há trampolins para mudança de fases
E muita coisa ficou para trás.
Beijos roubados, amores perdidos,
Encontros de elevador,
Monólogos num porão gelado.
Talvez, as chances de um abraço,
Aconteçam no vão mágico de um terraço.
Uma loucura de Cordel
Carmen Eugenio